segunda-feira, fevereiro 08, 2010

A Chama Nunca Irá se Apagar!



Palmeiras é um sentimento à parte.
É individualista e radical
É a capa do encarte.
Se empata é um nó que não desata, se vence é felicidade imediata, se perde, ah! nos perdemos igualmente.

Palmeirense é um torcedor chato.
Não adianta querer esconder.
É tão fanático, mas tão fanático, que se visse suas reações durante o jogo, ficaria todo envergonhado.
É instantâneo, são pulos e mais pulos da cadeira, o jogo está na esquerda, sem perigo.
E o palmeirense em coro grita e chuta: "toca, filho da puta!"
Naqueles 90 minutos, não exista medida pra ninguém.
Pode ser quem for, ter o dinheiro e o que for, ser de onde for, todo mundo apoia, de vovô até neném!
E duvida pra ver!
Bebê palmeirense já nasce imponente, é charmoso até quando faz cocô, pois já ouviu a nação cantar:
Olê porco! Olê porco!

Palmeirense não é modinha.
Eu lembro até hoje, quanto sarro eu aguentava.
Pois só o manto sagrado eu usava,
E rivais idiotas me gozavam: só tem essa camisa?
Até parece que roupa, sua mãe não lava.
Eu respondia à altura: é Orgulho!
Eles retrucavam: não sei quantos anos sem ganhar nada!
Eu perdia a paciência e dava a conversa por encerrada:
"nosso amor não é medido por conquistas, sou palmeirense com orgulho, meu time é o maior do mundo!"

Palmeirense é uma criança.
E não existe nada de errado nisso, pois o que de valores levamos pra vida, aprendemos na infância.
É criança porque chora.
É criança porque não sai de uma discussão de futebol sem provar que seu time é o melhor.
É criança porque todos aqui já rezamos algum dia pra alguma vitória.
Eu lembro como se fosse hoje,
Eu não tinha festa de aniversário,
Mas, quando as poucas velhinhas que tive ia assoprar
E mamãe dizia que eu tinha o direito de um sonho desejar
Eu pensava sem pestanejar: A Libertadores será nossa, o meu Palmeiras vai ganhar!

Palmeirense vive de passado.
E vive mesmo.
Aliás, que saudade do meu passado,
Aquele jogo eternizado
Palmeiras x Cali, 99, era o dia mais esperado
Estava eu junto de meu pai, que me ensinara a ser vencedor
Assistindo aquela batalha de guerreiros sem temor
Era uma gritaria total
Coitada de mamãe, xingava sem entender: o que esses bobos vão ganhar se o Palmeiras vencer?
Nós nem ouviamos, estavámos em transe.

Eu lembro que toda vez que eu me ajoelhava, abria os braços e o santo
goleiro eu imitava, não dava outra: O nosso arqueiro o pênalti pegava!
Que dia aquele!
O Zinho quase fez meu coração parar no primeiro penal.
Bateu bem, mas a bola explodiu no pau.
Mas, estava escrito!
Aquele dia era porco-feira!
Nem tinha pra Dudamel nem pra Zapata
Quem manda no Palestra é o time de raça
É o Palmeiras!
Meu primeiro amor.

E já vou finalizar.
É como disse no começo
Palmeiras é um tesouro sem preço
Que nunca irá findar
Pois se um único palmeirense sobrar
Pode ter certeza
A chama da paixão
Nunca irá se apagar.
Nunca.

Por: Pedro Amaral


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